segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Solilóquio, uma conversa no espelho

Volta minha alma, ao teu sossego, pois o senhor tem sido generoso para contigo. (Salmos 116.7)

Manter um solilóquio é conversar consigo mesmo. É olhar nos olhos daquele que vemos no espelho e enfrentá-lo sem subterfúgios. É entrar pelos corredores da alma e não escapar pelas vielas laterais. É lidar com o nosso mais difícil interlocutor. É falar com o nosso ouvinte mais exigente. É confrontar a nós mesmos com a verdade. É fazer uma viagem rumo a nossa intimidade, em vez de olhar para os outros. É ter coragem de tirar a trave do nosso olho, em invés de tirar o cisco do olho do próximo. Olhar para dentro, porém, é mais difícil do que olhar para fora.
É mais fácil falar a uma multidão do que conversar com a nossa própria alma. É mais fácil exortar os outros do que corrigir a nós mesmos. É mais fácil apontar os pecados dos outros do que enxergar os nossos próprios. É mais fácil entregar-se ao desânimo do que alimentar a nossa alma com o otimismo. Precisamos aplicar ao nosso coração o bálsamo de Gileade. É preciso buscar no Eterno o refúgio para nossa alma. É preciso dizer à nossa alma que a tristeza não durará para sempre. O louvor, e não o gemido; a alegria, e não o choro, é o que nos espera pela frente. Não nos devemos alarmar com as angústias, mas nos consolar com as promessas de Deus. Precisamos fazer coro com o salmista:
Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu. ( Salmos 42.11).

Um grande abraço.. Lugiero Medeiros.